Site mapeia áreas mais perigosas de Niterói e vira ferramenta contra o crime
NITERÓI - “Quatro assaltantes num Siena preto. Um deles desembarcou com a arma na mão, nos revistou e levou dois relógios, dois celulares e R$ 1 mil, além da carteira de habilitação e uma camisa da seleção brasileira. Eles fugiram em direção à Rua João Brasil”. O relato anônimo do caso, ocorrido às 20h30m do último dia 7, no Fonseca, foi publicado no site ondefuiroubado.com.br. A página retrata a violência por meio de depoimentos de quem foi assaltado ou furtado na cidade, assim como ocorreu na noite da última terça-feira: um arrastão que culminou com tiroteio em plena Praia de Icaraí e cinco pessoas baleadas — dois pedestres e três bandidos.
Nos últimos 90 dias, o site teve 42 relatos de crimes praticados em Niterói, sendo que 49% dos denunciantes informam não ter feito registro de ocorrência em delegacias. A página, que entrou no ar em janeiro de 2012, utiliza o Google Maps para georreferenciar os locais dos crimes numa tentativa de ajudar a traçar a mancha criminal em cerca de 560 cidades cidades brasileiras.
Um dos criadores do site, o estudante de computação da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Fernando Sandes explica que o diferencial da ferramenta é que são apresentados dados não divulgados por institutos de segurança pública, como o período do dia em que há maior incidência de crimes e até uma estimativa do prejuízo financeiro das vítimas. Em Niterói, por exemplo, 71% dos crimes são cometidos à noite e 29% durante o dia, e, conforme dados do site, desde 2012, cerca de R$ 1,7 milhão foram roubados das vítimas.